Seg, 19 de abril de 2021, 15:33

Alunas da UFS são voluntárias em projeto que leva contação de histórias a hospitais
Iniciativa é uma parceria entre a UFS e a USP
Cristiane Galvão coordena o projeto Biblioteca Viva.  (fotos: Reprodução do YouTube)
Cristiane Galvão coordena o projeto Biblioteca Viva. (fotos: Reprodução do YouTube)

A biblioterapia é o uso terapêutico da leitura com o objetivo de levar histórias apropriadas para crianças de todas as idades que estão em um momento de enfermidade. A técnica, no entanto, vai além do entretenimento. Leva a capacidade terapêutica das histórias, que possuem recursos para a internalização e identificação com personagens, além de conforto e bem-estar para fortalecer a coragem e esperança das crianças e até mesmo das famílias que participam do processo de internação.

Estudantes do curso de Biblioteconomia e Documentação, do Departamento de Ciência da Informação (DCI) da UFS, campus de São Cristóvão, foram convidadas a participar do projeto Biblioteca Viva como voluntárias por meio de uma parceria com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).

O projeto existe há 20 anos no Hospital das Clínicas da FMRP-USP e atualmente está sendo realizado a distância. Com a pandemia, a docente do Departamento de Medicina Social, da FMRP-USP, Maria Cristiane Barbosa Galvão, que é responsável pela coordenação do projeto, criou o canal Biblioteca Viva, no qual as bolsistas e voluntárias fazem a contação de histórias através de vídeos.


Niliane Aguiar é professora do Departamento de Ciência da Informação. (foto: Arquivo pessoal)
Niliane Aguiar é professora do Departamento de Ciência da Informação. (foto: Arquivo pessoal)

A parceria com a UFS foi feita em dezembro de 2020 e, hoje, 11 voluntárias se candidataram a participar do projeto.

“Como nós temos na universidade, no curso de Biblioteconomia e Documentação, a disciplina “Sistemática da Leitura Infantil”, que trabalha a mediação da leitura e a contação de histórias, a professora Cristiane Galvão ofereceu a possibilidade de uma parceria entre os nossos alunos para enriquecer o projeto, que já vem sendo realizado por eles”, diz Niliane Aguiar, professora do Departamento de Ciência da Informação da UFS, e membro da Academia Sergipana de Contadores de História.

Cristiane Galvão ministrou um treinamento de como seria a escolha das histórias e gravações dos vídeos, e as alunas da UFS Tayrine Araujo e Rosilene Santos enviaram cada uma duas histórias: O grãozinho de areia e Uma menina vestida de jardim (por Tayrine); e A felicidade e a dificuldade e A lenda do girassol (por Rosilene). Mais duas alunas estão ensaiando e preparando conteúdos para o envio.


A aluna Tayrine Araujo é uma das voluntárias do projeto
A aluna Tayrine Araujo é uma das voluntárias do projeto

A aluna Tayrine conta que, quando criança, ouvia muitas histórias, principalmente em cordel, e sempre gostou, o que a estimulou a ler muito. “Vi no projeto a oportunidade de proporcionar o mesmo estímulo à imaginação e leitura que eu tive. O projeto é de extrema importância, me ajudou a me expressar melhor”, diz.


Rosilene Santos conta que está sendo muito gratificante participar do projeto como voluntária
Rosilene Santos conta que está sendo muito gratificante participar do projeto como voluntária

“Sou muito grata por poder contribuir de alguma forma com esse projeto tão louvável, levando um pouco de alegria e mensagem de otimismo para essas crianças que estão em um ambiente hospitalar, em situações muitas vezes tão delicadas. Além de gratificante, a experiência está sendo muito proveitosa porque, mais do que contar histórias, a gente aprende no processo de escolher as histórias, pois não pode ser qualquer uma e tem que ser sensível com relação àqueles que irão ouvi-la”, diz a aluna Rosilene.


Magna Cardoso, aluna do curso de Biblioteconomia e Documentação, apresentou os vídeos do projeto na cidade de Poço Verde-SE. (foto: Arquivo pessoal)
Magna Cardoso, aluna do curso de Biblioteconomia e Documentação, apresentou os vídeos do projeto na cidade de Poço Verde-SE. (foto: Arquivo pessoal)

A voluntária Magna Cardoso, com o intuito de expandir a parceria com a UFS, levou as histórias do projeto Biblioteca Viva para as crianças e adolescentes que frequentam a Biblioteca Pública Municipal Epifânio da Fonseca Dória, em Poço Verde-SE.

A professora Niliane conclui dizendo que ainda não existe a disciplina biblioterapia no curso de Biblioteconomia, mas já consta no novo projeto curricular. Foi elaborada uma reformulação (em andamento) e provavelmente no primeiro semestre de 2021 o novo currículo vai incluir uma disciplina sobre a temática, que será ministrada por ela, o que permite mais uma possibilidade de atuação do profissional bibliotecário. Além da contribuição para a mudança curricular, o Biblioteca Viva quer se expandir na UFS. “O desejo é que o projeto ultrapasse essa parceria e que se torne um projeto de extensão da universidade na área de biblioterapia”, diz.

Verônica Soares (bolsista)

Luiz Amaro Ribeiro (editor)

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Seg, 19 de abril de 2021, 16:01
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